Jornalismo pode aproveitar recursos estéticos

Por Jaderson de Souza

O papel da televisão no campo do jornalismo e da ficção foi abordado durante o Intercom, evento que está sendo realizado em Caxias do Sul (RS). Dentre os presentes estavam Gilberto Perin, diretor da RBS e o jornalista da TV Globo Marcelo Canellas.

A RBS, afiliada de Rede Globo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, possui um projeto em que veicula produções independentes de dramaturgia. Em geral, elas devem ter algum aspecto regional. De acordo com Perin, o projeto “valoriza o talento local e estimula o crescimento do mercado da região de abrangência da emissora”.

O jornalista Marcelo Canellas começou a apresentação defendendo que a função do jornalista é retratar a realidade da sociedade e não ter a arrogância de resolver os problemas dela. “Divergências são normais no jornalismo. Algumas reportagens que fiz receberam muitas negativas até que se realizassem. Talvez eu tenha angariado mais e melhores argumentos. Mas, em geral, eu nunca deixei de acreditar nelas”, afirmou o jornalista.

Em outro momento, Canellas disse que não consegue entender a polêmica entre a teoria e a prática no jornalismo em uma alusão à separação entre a formação universitária e o mercado de trabalho.

A liberdade de criação também foi levantada como um fator preponderante para o bom jornalismo. Segundo ele, o fato do profissional não concordar com algumas diretrizes da direção não deve ser considerado negativo. Isso seria até saudável para o exercício da profissão.

Durante a exposição de algumas de suas matérias, ele salientou que a televisão deve aproveitar dos vários recursos que possui como a imagem e o áudio para construir um bom texto jornalístico.

Marcelo Canellas é um dos jornalistas mais premiados da televisão brasileira. Foi autor de reportagens especiais sobre temas como a fome e a questão agrária.



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