As inúmeras faces do cinema brasileiro

por Juliana Santos


Discussão sobre cinema analisa música, pornochanchada e favelas

 
No último dia de atividades do XXXIII Intercom, o Grupo de Pesquisas de Cinema discutiu as “Abordagens do Cinema Brasileiro”. Na sessão, foram apresentadas pesquisas sobre o uso da música, o gênero pornochanchada e a abordagem de favelas.

Entrelaçando a história do cinema brasileiro e a música, a Prof. Dr. Márcia Carvalho, da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, explorou como a ferramenta foi usada em cada época. Partindo do cinema mudo e a música instrumental, a pesquisa passou pela influência da “era de ouro do rádio”, pela década de 60 e os festivais musicais da TV, até chegar aos anos 90 e 2000, nos quais as canções aparecem diversificadas e com muito mais força.

“O objetivo não é discutir as canções comerciais, mas a força do uso da música para caracterizar um personagem, a contribuição para o enredo e a influência na temporalidade do filme”, afirma Márcia.

O Prof. Luiz Paulo Gomes Neves, da UFF, apresentou o estudo “A pornochanchada: uma revolução sexual à brasileira”. Luiz mostrou o gênero como um movimento de contracultura, buscando fugir dos estereótipos e levando em consideração o contexto da Ditadura Militar. Em sua explicação, ressalta: “a pornochanchada é um gênero difícil de ser definido, mas quando o vemos, o identificamos”.

O último trabalho a ser discutido foi sobre a favela carioca e a busca do realismo no filme “Cidade dos Homens”. A pesquisa desenvolvida por Bruna Werneck, da UFRJ, mostrou como o imaginário cinematográfico reproduz o que é difundido nos jornais. “Quando você fala de minorias, o que se mostra é estigmatizado como verdade”, destaca Bruna.



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