Considerado um “ecoeconomista”, Penteado falou sobre a relação de degeneração que o ser humano promove no planeta Terra e seus efeitos no meio ambiente – e em nosso futuro. “Toda a espécie animal que não compartilha o ecossistema com as demais espécies está fadada ao desaparecimento”, afirmou o palestrante.
Somos guiados, de acordo com o economista, pelo mito do “jogar fora”, segundo o qual tudo o que produzimos pode ser excluído sem deixar vestígios. A realidade, no entanto, não é assim. “O materialismo humano cresce seis vezes mais rápido que a população. Todo esse material não é simplesmente expelido do planeta. Ele permanece na natureza”.
Penteado utilizou dados para exemplificar o grau de destruição provocado pelo ser humano, tais quais:
*21 hectares de florestas (correspondentes a 42 campos de futebol) são destruídos por minuto
*a cada ano uma área de florestas equivalente ao Uruguai é desmatada
*a cada 9s um campo de futebol de florestas deixa de existir na Amazônia
*95% do esgoto dos países pobres não é tratado
O palestrante citou também o conceito de resiliência da natureza, do ambientalista Stephen Jay Gould, segundo o qual a “extinção se voltará contra os causadores”. Com isso o homem, responsável pela desaparecimento de diversas espécies, seria ele mesmo naturalmente extinto pela natureza.
Outro assunto abordado foi o papel do nosso atual sistema econômico na degradação do meio ambiente. Para Penteado, todos os sistemas econômicos são lineares (extraem, produzem e descartam), degenerativos e submetidos ao crescimento exponencial. Foram citados os três mitos da Teoria Econômica Tradicional: Mito Mecanicista (o sistema econômico é neutro para a natureza), Mito Tecnológico (o meio ambiente é inesgotável) e o Mito Neoliberal (todas as benesses sociais dependem do crescimento econômico).
Por fim, o palestrante respondeu às perguntas dos universitários e mostrou-se cético quanto à conscientização do ser humano para as questões ambientais.

Hugo Penteado é também autor do blog http://nossofuturocomum.blogspot.com/
Texto: Cristiano Pavini
Fotos: Heraldo Soares
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