Era digital, comunicação e futebol: produção de sentido além das 4 linhas


O GP (Grupo de Pesquisa) de Comunicação e Esporte discutiu como as novas tecnologias vêm moldando a sociedade e as suas estruturas de comunicação - uma realidade que atinge em cheio os meios noticiosos e seus respectivos produtos jornalísticos.

Altamente ligado à especulação e à emoção, o jornalismo esportivo é um dos que mais sofrem com essa criação de novas alternativas de transmissões de notícias. Como disse o professor da Universidade Federal de Viçosa Ricardo Bedendo, ferramentas como o twitter, live blogging, blog, flickr, podcast, etc, forçam jornalistas e profissionais da comunicação esportiva a se familiarizarem com novas linguagens e usá-las a favor do veículo que trabalham: “A questão do acesso à informação é fundamental. As novas tecnologias exigem que pensemos no que fazer com elas, pois, atualmente, não adianta apenas ter a informação, tem que saber repassá-las através de novas mídias de uma maneira que satisfaça o ouvinte, leitor etc.”

O twitter, por exemplo, tem causado arrepios nos editores e jornalistas que trabalham com futebol diariamente. Com a adesão dos dirigentes ao microblog, divulgando os bastidores das principais informações dos seus clubes, os veículos vêm perdendo espaço na hora de dar o “furo” da notícia.

O fenômeno das “twettadas” faz com que a maioria dos programas esportivos se adequem à ferramenta criando contas no microblog. Isso apenas reafirm um processo que já era realidade na comunicação e, sobretudo, no Jornalismo esportivo: a interatividade. “O desejo cada vez maior de participar das ações propiciadas pelas ferramentas de interatividade revela grande um potencial, cada vez maior, de comunicação e grandes desafios na formação de profissionais”, disse o professor Ricardo.

Outra ferramenta interativa essencial na atual conjuntura do Jornalismo esportivo é a participação de internautas, ouvintes e telespectadores na produção do programa. Além de enviar material multimídia no geral, os que eram antes apenas “torcedores” são, guardada as proporções, “editores “ da edição que vai ao ar. Eles enviam pauta, sugestões de infografia e diagramação e, em algumas oportunidades, enviam a própria matéria.

Num futuro próximo, com a chegada da TV e da Rádio Digital ao Brasil, muito da produção audiovisual esportiva terá que sofrer uma mudança substancial: colocar a interatividade à nível de prioridade. Caso contrário, a crônica esportiva, outrora pioneira na dinâmica jornalística, poderá ter dificuldades para se encaixar no novo modelo de comunicação.

Foto do professor Ricardo: Paula Machado



1 comentários:

Ricardo Bedendo disse...

Amigos,

Parabéns pelo trabalho realizado e pela iniciativa de cobertura do Intercom em Curitiba. Atividades como essa são essenciais na formação nas escolas de comunicação. Por favor, gostaria apenas de solicitar uma pequena correção: sou da Universidade Federal de Juiz de Fora e não de Viçosa ok? Abraços a todos e continuem sempre com esse espírito de uma comunicação empreendedora...Ricardo Bedendo

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