Museu do Futebol usa tecnologia na construção da memória

Clara Azevedo expõe fotos e vídeos das atrações e revela desafios do tema

Por Beatriz Haga e Mariana Duré

A primeira noite da XIII Jornada Multidisciplinar da Unesp tinha como tema Futebol e brasilidade, e traria para a conferência o professor da Universidade de Notre Dame, Roberto DaMatta. No entanto, DaMatta não pôde comparecer devido a problemas de saúde e foi substituído por Clara Azevedo, diretora executiva do Museu do Futebol  de  São Paulo, que iria participar da mesa-redonda na quarta-feira, dia 11.

Ao ser entrevistada pela Jornal Júnior, Clara contou que “a principal proposta era criar um museu que falasse não só da história do futebol, mas também da história do Brasil”. O Museu do Futebol foi construído no avesso das arquibancadas do estádio do Pacaembu. O conteúdo fica exposto em 15 salas temáticas divididas em dois andares, utilizando diversos recursos interativos. Durante a palestra, Clara exibiu fotos e vídeos apresentados aos visitantes do local. “O Museu não nasceu de coleções pré-existentes, como tradicionalmente os museus se formam, mas veio de um tema: o futebol”, esclareceu a palestrante.

Pacaembu muda fachada sem perder suas características

O objetivo da apresentação foi mostrar o futebol como memória e os desafios de delimitar os fatos para constituí-la. “Qualquer museu tem como missão principal selecionar e expor aquilo que será legado para a posteridade, as memórias que serão preservadas”, explicou Clara. O Museu “é uma espécie de fórum de reflexão” e a discussão do tema futebol torna-se importante para a sociedade, pois é um fenômeno cotidiano na vida dos brasileiros.

O acervo do Museu do Futebol é imaterial e prioriza a exposição de acontecimentos e memórias de diversos ângulos e formas. O exemplo passado durante a palestra foi o depoimento do escritor Ruy Castro, espectador da final do Campeonato Carioca de 1978 entre Flamengo e Vasco. O vídeo mesclava falas do escritor com cenas do gol que decidiu a partida nos últimos minutos. Clara afirmou que os recursos audiovisuais não são auxiliares, mas imprescindíveis para a exposição da história do esporte, além de conterem “uma linguagem muito atual e contemporânea que atrai jovens e crianças”.

 Clara explicou que não existe um público alvo definido. “Na verdade, temos vários públicos-alvos. Escolas, crianças, jovens, adultos, são todos. Mas certamente a gente trabalha dependendo do público com comunicações distintas”, explica. Além da exposição tradicional, o Museu realiza mostras temporárias. A última aconteceu no segundo semestre de 2010 com o tema Copas do Mundo de A a Z.

Primeira mesa da XIII Jornada Multidisciplinar da Unesp

O Museu do Futebol fica aberto de terça a domingo, das 10h às 17h. O ingresso custa R$6,00. Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia-entrada. Para mais informações, acesse http://www.museudofutebol.org.br/.



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