Pra nós, nem o bagaço sobrou!

Pra nós, nem o bagaço sobrou!

Aproveitar resíduos é objetivo de muitas usinas

Desde os tempos do Proálcool e seus incentivos financeiros para quem utilizasse o substituto renovável da gasolina, o país vem lutando para ter visibilidade no panorama internacional.
Os anos 70 foram marcados pelos ‘Choques do Petróleo’ numa época em que o Brasil importava 80% da demanda de petróleo nacional. Essa situação acomodada restringia o desenvolvimento do país enquanto especulava-se que o preço do barril teria brevemente um disparo.
Foi contextualizando os alunos historicamente que o técnico industrial Hélcio Martins Lamonica começou a palestrar. Nada menos que “uma decisão estratégica do governo” foi sua explicação para o surgimento, em 1975, do Proálcool, Programa Nacional do Álcool, no governo Ernesto Geisel.
“O governo tava vendo uma crise (surgir), o país ia ter problema de desenvolvimento no futuro, então, tomaram a iniciativa de fazer (o brasileiro) trabalhar com o combustível renovável em substituição da gasolina pelo menos para diminuir a necessidade de importação de petróleo.”
A parceira do governo com o setor privado trouxe incentivos aos que aderissem ao programa. Dar subsídios aos que tinham usinas e atrelar o preço do álcool e do açúcar ao produtor foram maneiras usadas para atrair o brasileiro.
Reduções do IPI para quem fosse comprar carro novo, incentivo aos que fossem fazer conversão e desconto de 25% no IPVA não foram incentivos passados despercebidos pelo país.
Em meio a crise, o setor passa a se interessar pela produção de Energia Elétrica, há a criação do carro Flex a exportação chega a ser destino de 60% da produção nacional, há 1 milhão de empregos na área, a Petrobrás torna-se auto suficiente e, por conseqüência, diminui-se, cada vez mais, a dependência do petróleo.
O desenvolvimento tecnológico na área é, de fato, uma das maiores conquistas do programa que indiretamente, valorizou as Universidades e os Centros de Pesquisa. Ocorre que mesmo com mais de 1 milhão de empregos disponibilizados, as mudanças sociais não ocorreram efetivamente.
Todo discurso histórico econômico de Hélcio foi para chegar ao debate do reaproveitamento. Cada vez mais as empresas usineiras de cana estão investindo em tecnologia e pesquisa para diminuir a porcentagem de resíduo. Palha, vinhaça e o próprio bagaço já estão sendo admitidos em diversas funções alternativas que não seja seu fim degradante.

Texto: Laís Bellini / Jornal Júnior



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