Objetos que podem se transformar em coisas que você nunca imaginou
Por Regiane Folter
A palavra de ordem das oficinas que aconteceram no parque Vitória Régia nesse domingo foi “reaproveitar”. O último dia do Festival Canja trouxe as oficinas “Produção de Puffs com Garrafas PET e Ecobags e Grafite” e “Land Art e Instalação com Materiais Naturais”, embaladas pelo som das bandas que participaram do Canja no Parque.
A oficina de construção de puffs e ecobags fez parte do Canja Verde, programação voltada às questões ambientais com o tema “sustentabilidade” e organizada pelo grupo “Ação, Gestão e Responsabilidade” (AGR), formado por estudantes de Relações Públicas da Unesp. O grupo, que existe desde 2009, sempre esteve envolvido com projetos ligados às áreas social, cultural e ambiental. Segundo o integrante Carlos Henrique, a proximidade entre o AGR e o Enxame Coletivo rendeu a parceria no festival. “O AGR teve toda a autonomia para desenvolver o Canja Verde”, afirmou Carlos.
A oficineira Tamara Quinteiro, bióloga e voluntária do Instituto Vidágua, não se considera “uma pessoa com dotes manuais”, mas viu a necessidade de se reaproveitar materiais que geralmente vão para o lixo e transformá-los em coisas úteis. “Hoje, o meio ambiente está na moda. Não importa se a pessoa faz porque é moda ou não, de qualquer forma é positivo”, garante ela, que ensinou maneiras práticas de se confeccionar um puff com 36 garrafas PETs e ecobags a partir de sacolinhas pásticas. A principal regra é ser sustentável: “tente ser o mais reciclável possível, não compre o material”, disse Tamara, que usou travesseiros velhos, retalhos, garrafas plásticas e sacolas plásticas para a construção dos objetos.
Ao mesmo tempo, a oficina “Grafite, Land Art e Instalação com Materiais Naturais” acontecia seguindo o padrão de se reutilizar materiais. “A ideia é mostrar novas possibilidades de se fazer uma intervenção urbana”, explicou o oficineiro Marcelo Paixão, estudante de Artes. Na oficina, o conceito arte era repensado e transformado em algo simples e barato. Segundo Marcelo, atualmente a arte urbana está sendo explorada através de novas técnicas, que utilizam materiais incomuns, e não existe mais uma preocupação em ser eterna: a arte pode ser efêmera e durar até mesmo segundos.
Usando arame, Marcelo e os outros participantes da oficina fizeram moldes de letras que foram cobertos por folhas secas. As folhas, grampeadas no arame, foram dando corpo às letras que formaram a frase Arte é contemplação. Em seguida, a frase foi pendurada no alto de duas árvores, se transformando em uma mensagem para quem passasse por ali.
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