A crítica para provocar o leitor na Era do MP3

                               
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Nova lógica de consumo dá maior importância à função do jornalista musical



Por Renan Simão


Já é fato. A Internet mudou o paradigma da compra por som hoje em dia. Agora se consome música eletronicamente e não se paga por ela. O MP3 é o carro-chefe da música e a indústria fonográfica tenta se adaptar à nova lógica de mercado. Todos podem gravar seu som em casa, jogá-lo na rede e torcer para fazer sucesso. Mas muitos desses geralmente ficam escondidos numa produção massiva independente que não tem recursos suficientes para entram na grande mídia e nem sequer competir com ela.


“Há uma barreira econômica entre o mainstream e o independente, pois o mainstream é controlado pelas gravadoras. Existem ótimos projetos independentes, mas que não aparecem porque as gravadoras não apoiam”, aponta Sérgio Martins, crítico de música da revista Veja. Sérgio diz que um caminho explorado são os shows dos artistas, porém as gravadoras tendem a lucrar de 30 a 40% com os rendimentos dos shows.


Uma alternativa apontada por muitos e também pelo músico Lobão, é a volta do disco de vinil. Lobão acredita na maior qualidade de som do novo formato e não aprova a forma “randômica” e supostamente superficial do consumo da música em MP3. Ele referencia-se pelas vendas de vinis na Europa, aonde há um consumo significante do formato.


Crítica
Com a profusão de bandas e sons diferentes que vem da internet, o trabalho do crítico musical se valoriza. Ele se torna mais do que um apontador do que é bom ou ruim, o crítico é um “produtor de conteúdo independente em que as pessoas podem gostar e aprender com aquilo”, esclarece Jotabê Medeiros, crítico de música do jornal O Estado de São Paulo.


A função do crítico é destruir preconceitos relacionados a um objeto musical de estudo, formar um olhar criterioso sobre a obra e estimular o leitor a conhecer este produto seja ele no formato MP3 ou em vinil.


Cada vez mais o crítico musical se torna um provocador, o qual forma opinião de um modo saudável e não ditatorial. Segundo Sérgio Martins, crítico não muda gosto. “Se fosse pela crítica, os Engenheiros do Havaí não estavam tocando nem no boteco da esquina”.


Texto produzido durante palestras do 2º Congresso de Jornalismo Cultural da Revista Cult, em maio de 2010.



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