Email-resposta de Cristiano Pavini sobre o indeferimento do recurso solicitado ao Intercom

Prezada Nélia Del Bianco e demais membros da comissão organizadora do Intercom,


como aluno-líder da Agência Júnior de Jornalismo da Unesp (Jornal Junior) no Expocom Sudeste 2010, respeito e acato a decisão soberana da Executiva ao indefirir nosso recurso para revisão do resultado concebido na categoria Jornalismo, modalidade Agência Júnior. Não posso, no entanto, calar-me perante alguns pontos.

Em nenhum momento questiono a liberdade da crença religiosa em nosso país. Assim, não faço objeção alguma à solicitação dos estudantes adventistas para que fosse antecipada a apresentação de seus trabalhos. Deve-se levar em consideração que, na categoria Jornalismo, a data inicial para apresentações (sexta-feira) foi modificada faltando um dia para o evento, passando para o sábado. Desta forma, a Universidade Adventista de São Paulo foi pega de surpresa e diretamente prejudicada pela comissão organizadora.

Minha indignação é pelo fato de não ter sido consultado (assim como não foi o aluno líder da Newton Paiva, Jefferson Delbem, que também concorria na mesma categoria) sobre a antecipação da apresentação dos adventistas. Se assim fosse, poderíamos ter apresentados todos na sexta-feira para a mesma bancada de júris. Isso evitaria meu constrangimento e surpresa ao deparar-me com o resultado final da categoria, revelando um vencedor que todos davam como desclassificado.

Pouparei o precioso tempo dos senhores e não explicarei novamente como os júris foram diferente para as apresentações. Já argumentamos isto anteriormente. Permitam-me, no entanto, criticá-los pelo pensamento meramente técnico e talvez ingênio, perfeitamente expresso no ítem e) da resposta ao nosso recurso:

" A questão de manter a mesma banca avaliando os trabalhos em bloco é uma recomendação informal da Intercom para a organização local. No entanto não é uma regra expressa no regulamento do Expocom."

O Expocom agrega um saudável sentimento de disputa entre as universidade, estimulando a produção não apenas quantitativa, mas principalmente qualitativa. Mas esta competição deve conter regras claras e sensatas, além do mínimo de organização. Fatores imprescindíveis que não estiveram presentes, ao menos na categoria em que disputei. Percebo, no entanto, que estas falhas são balizadas pela Executiva Nacional.

Surpreende-me o regulamento do Expocom não exigir banca idêntica para trabalhos da mesma categoria. É óbvio que cada jurado faz uma avaliação subjetiva, seja em concurso acadêmico ou desfile de escolas de samba. Devo alertá-los, portanto, de que a diretriz por vocês seguida (de que o simples conhecimento técnico valida a avaliação por jurados diferentes) está profundamente equivocada. Este não é o pensamento de alguém com extensa e respeitável plataforma lattes, mas sim de meros universitários que sentem na pele a injustiça de não haver isonomia direta na avaliação dos trabalhos.

Viajei mais de mil quilômetros de Bauru à Vitória, com considerável gasto financeiro, com o intuito de participar de uma saudável competição. Infelizmente isto não ocorreu. De fato a Jornal Júnior obteve nota inferior no juri virtual, mas nada impedia que revertessemos na apresentação presencial. Ou que, ao menos, conhecessemos o trabalho de nossos colegas, talvez reconhecendo a superioridade deles e, principalmente, ocorrendo a troca de aprendizado. Tudo isto foi tirado de nós.

A Jornal Júnior não solicitou a desclassificação da Universidade Adventista, apenas nossa participação na disputa nacional. Acreditávamos ser um simples pedido que corrigiria uma falha da organização local. Lamento o Expocom não pensar assim, principalmente ao não enxergar o problema dos júris.
Peço apenas que revejam suas diretrizes para os próximos anos. O Expocom é uma excelente iniciativa, desde que proporcione uma correta competição. Espero que outros estudantes não fiquem, assim como eu, com o sentimento engasgado na garganta de que foi derrotado por um adversário inexistente

Por fim, agradeço pela atenção dada ao nosso recurso. Tenho convicção de que foi democraticamente analisado por todos vocês, embora a decisão tomada não tenha sido a esperada. Esta inevitável mágoa e minha aversão à hipocrisia impede-me de finalizar o email com os tradicionais votos de estima e consideração, mas tenho esperança de que haverá esforço para que casos como este não mais ocorram.

atenciosamente e cordialmente,
Cristiano Pátaro Pavini

Aluno-líder da Jornal Júnior no Expocom Sudeste 2010



1 comentários:

Natália disse...

Cris, parabéns por representar arduamente a Jornal Junior em mais uma luta!! INFELIZMENTE situações como essas ocorrem, mas que elas não impessam de continuar a caminhada das empresas juniores. Natália Gonzales

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