Sistema Digital Brasileiro




Por Cristian García de Álamo

Qual é a situação da televisão digital no Brasil? Qual é sua ligação com os outros países de America Latina? Como está composto o mercado e qual é a função que os estudantes de jornalismo deverão desenvolver nessa questão? Estas e outras questões foram respondidas na mesa redonda “Padrão do Sistema Digital Brasileiro: a convergência e a interatividade em multiplataformas”.

Luis Valle, diretor de pós graduação de TV Digital da Universidade de Palermo (Argentina), abriu a palestra destacando as vantagens deste novo veículo. Disse que “a qualidade da imagem e som e a facilidade do uso da Internet são os pontos que a destacam do resto”.

O argentino ressaltou a grande importância de países da América Latina (como Argentina, Chile, Peru e Venezuela) seguirem o modelo do sistema digital brasileiro. Para ele, em nossa região a TV Digital servirá para que “grande parte da população de um pulo até a integração”.

Finalmente, e com uma quota de humor, Valle concluiu: “Como no futebol, aqui também nos enfrentaremos para ver quem cobrirá (com o sinal da TV Digital) todas as cidades mais rapidamente”.

Helio Fernandez, da TV Globo, falou sobre a visão do mercado neste setor. Afirmou que, se a interatividade é a nova oportunidade de desenvolvimento, o importante ainda é o conteúdo ofertado ao público. Neste sentido, advertiu sobre o risco de que os links que aparecerem na tela ofusquem a imagem. Fernandez ressaltou a mobilidade oferecida pela TV digital no celular como o novo caminho a ser percorrido.

Já Salustiano Fagundes, diretor da HXD Interative Televisão, forneceu dados para comprovar que estamos na “época do entretenimento”. Segundo ele, 90% da população recebe 10 salário mínimos e 75% tem celular. “Essa classe baixa está procurando conteúdo agregado que permita a integração”, afirmou Fagundes.

Guido Lemos, professor da Universidade Federal de Paraíba (UFPB), explicou a importância do projeto middleware Ginga, adotado como padrão no Sistema Brasileiro de Televisão Digital. “O Ginga vai fazer a intermediação entre o hardware e as aplicações interativas como, por exemplo, serviços bancários, compras pela TV, envio de opiniões aos programas em tempo real e muito mais”, sintetizou o professor.

No final, Salustiano Fagundes recomendou para os alunos da UNESP que gostariam de inserir neste campo que produzam novos conteúdos especializados para TV digital. “Já tem desenvolvimento, está faltando saber como usar esta tecnologia. Aí é onde os alunos deveriam passar mais horas no laboratório gerando conteúdos independentes da TV tradicional”, concluiu.



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