SIMTVD DISCUTE OS DESAFIOS DA TELEVISÃO DIGITAL BRASILEIRA


Por Juliana Santos

Na manhã do dia 19 o I Simpósio Internacional de Televisão Digital (SIMTVD) teve sua primeira mesa temática, abordando “Comunicação, Produção de Conteúdos e Políticas Públicas: desafios para a Televisão Digital no Brasil”. Os palestrantes foram Fernando Dias (Presidente da Associação Brasileira de Produtoras Independentes – ABPI-TV), André Barbosa (consultor da Casa Civil/Governo Federal) e James Görgen (Ministério da Cultura).

Um dos pontos principais da discussão foi a inclusão social, que poderá ser alcançada por meio da interatividade que a TV Digital irá proporcionar. O consultor da Casa Civil, André Barbosa ressaltou a importância do uso do novo padrão de televisão como serviço público, e usou como exemplo o fato de que uma senhora que mora no interior do Piauí poderá marcar uma consulta médica pela TV Digital.

Além disso, Barbosa avaliou como “um sucesso” a implementação do padrão digital na transmissão da TV brasileira, que teve inicio há quase dois anos. No entanto, questionou os presentes no debate: “Estamos preparados para a comunicação interativa?”.

James Görgen, secretário do audiovisual do Ministério da Cultura, afirmou que o objetivo do ministério na TV Digital é trabalhar equilibrando o pensamento dos vários meios (cinema, TV, games, telefonia), para produção de conteúdos voltados principalmente para a dimensão cidadã. James ainda ressaltou o uso da TV digital como um meio de cuidar da memória da produção audiovisual brasileira.

O presidente da Associação Brasileira das Produtoras Independentes de Televisão (ABPI – TV), Fernando Dias, comentou sobre as dificuldades que as produtoras independentes possuem frente as emissoras que produzem seu próprio conteúdo, além da legislação, que pouco regulamenta as produções.

Mas Fernando afirmou que a associação acredita que projetos como o de interatividade e multiplataformas, a PL 29 (projeto que abre o mercado de TV por assinatura às operadoras de telefonia e cria cotas de produção nacional na programação), e o incentivo da ANCINE (Agência Nacional do Cinema) possam ajudar a produção independente.

Outro ponto debatido foi o software de interação na TV Digital, o Ginga, desenvolvido por alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi ressaltada a importância de estarmos produzindo tecnologia própria, e não importando, como acontece na maioria das vezes no Brasil. A construção desse software passa por algumas divergências técnicas que envolvem empresas de tecnologia, governo, emissoras de TV e os próprios desenvolvedores do sistema.

Segundo os palestrantes, a TV Digital proporcionará a oportunidade de melhorar a televisão pública no Brasil, deixando-a mais democrática e próxima da população.



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