Mesa paralela discute o papel da arte na produção áudio-visual

Ana Cláudia Tripoloni

A arte como uma das fontes criadoras das mídias e áudio-visual: cinema, televisão e web foi o tema da segunda mesa paralela que aconteceu nesta quinta-feira, 12 de novembro, às 10 horas. A mesa foi ministrada pelas professoras Maria Luiza Calim de Carvalho Costa, Eliane Patrícia Grandni Serrano, Guiomar Josefina Biondo e Nelyse Aparecida Melro Salzedas.

A discussão foi sobre as artes, especialmente a pintura, como plano de fundo das produções midiáticas contemporâneas.

A professora Guiomar Biondo iniciou a apresentação fazendo uma rápida retomada da história das artes plásticas, desde a época das cavernas até os dias de hoje, passando pelo século XVII e o Renascimento, quando a realidade começou a ser questionada e a pintura criou uma nova realidade, cheia de ambiguidades.

É nessa época que surgem os novos modos de representação, como a metalinguagem e a exploração do sonho. Guiomar encerra sua parte questionando “como as coisas são vistas e representadas hoje?”

Partindo desse questionamento, a professora Nelyse Salzedas se direcionou para as mídias atuais. Em uma exposição rápida, ela mostrou que pinturas famosas estão presentes nos cenários e composições de filmes, muitas vezes em remontagens idênticas.

Ela questiona se essa volta constante à pintura seria uma escassez de novas invenções e termina dizendo que a mídia ainda não possui uma linguagem própria, por isso se volta à produções antigas, especialmente à pintura.

O fato de que a mídia se utiliza cada vez mais da pintura foi comprovado pela professora Eliane Patrícia Serrano, da Unesp de Presidente Prudente. Ela apresentou as vinhetas de abertura de duas novelas da Rede Globo: Laços de Família (2001) e Caras e Bocas (2009).

Em ambas as vinhetas a pintura é parte essencial da construção: na primeira, as imagens vão se formando através de fragmentos; a segunda é construída através de jorros de tinta, que formam rostos em movimento. A professora afirma, ainda, que as vinhetas são uma parte importante para chamar o espectador, pois causam uma identificação do público com a obra.

Maria Luiza Costa fechou a exposição apresentando os elementos artísticos presentes da abertura da microssérie Capitu, exibida pela Rede Globo. Ela mostrou o processo de construção da vinheta, um produto midiático baseado em processos artísticos, como a bricolage: uma técnica que consiste em sobreposições de imagens, formando uma nova figura.

Na microssérie, o efeito utilizado pela mídia faz uma ponte entre literatura e televisão, trazendo para o público uma obra que pode ser compreendida por todos os tipos de espectadores.



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